Vale a pena abrir franquia em aeroporto?
21/10/2025
Especialista destaca os principais cuidados e compartilha dicas práticas para quem pensa em investir nesse mercado
Os aeroportos brasileiros estão passando por uma transformação profunda.
Com a modernização dos terminais e o crescimento do número de passageiros, esses espaços deixaram de ser apenas locais de embarque e desembarque para se consolidarem como hubs comerciais.
A movimentação atrai cada vez mais franquias, que encontram nos aeroportos um público cativo e qualificado.
Mas, se por um lado o potencial de faturamento é elevado, por outro os desafios são proporcionais.
É o que alerta Marcelo Cherto, fundador e presidente da Cherto Consultoria.
“Abrir uma franquia em aeroportos é uma oportunidade valiosa, mas que exige preparo.
O lojista precisa entender que os custos de ocupação tendem a ser mais altos do que em shoppings, e que a operação deve ser impecável, rápida e padronizada.
Por outro lado, o público é cativo, o fluxo é qualificado e a exposição da marca é enorme”, afirma Cherto.
Como implantar uma franquia em aeroportos: os principais cuidados
1. Avalie o ponto com lupa
Mais do que estar em um aeroporto movimentado, é essencial analisar o tráfego de passageiros após o raio-X, a ala em que a loja será instalada e o tempo médio de permanência do público naquela área.
Pesquisas internacionais indicam que entre 54% e 68% dos passageiros compram alimentos e bebidas e de 11% a 37% adquirem outros produtos, após passarem pelo raio-X.
2. Planeje os custos fixos com antecedência
Os contratos de locação em aeroportos funcionam de forma semelhante aos de shoppings de primeira linha: aluguel mínimo garantido ou percentual sobre as vendas brutas, o que for maior, além de taxa de condomínio e fundo de marketing.
“O aluguel tende a ser mais caro que em shoppings, porque o público é cativo.
Quem está no aeroporto não tem alternativa — paga o preço que lhe for cobrado. Paga bufando, mas paga”.
3. Considere o alto custo de implantação
Obras em aeroportos costumam ser mais caras e mais complicadas, exigindo materiais à prova de fogo, exaustão complexa, realização de reformas à noite e múltiplas aprovações de autoridades.
Além disso, pode ser necessário contratar espaços de estoque “escondidos” no próprio aeroporto, o que aumenta o CAPEX inicial e o custo operacional.
4. Adapte produtos e serviços ao perfil do passageiro
Formatos práticos, mix bem pensado, cardápios variando de acordo com o período do dia, embalagens “to go” e processos que reduzam filas são diferenciais decisivos.
“Nos negócios de alimentação, principalmente, vale apostar em menus rápidos, sinalização chamativa e até preços dinâmicos — cobrando menos em horários de baixa e mais nos picos”, recomenda Cherto.
5. Treine a equipe para máxima eficiência
O atendimento deve ser rápido, cordial e padronizado.
Scripts de vendas curtos, programas de fidelização para tripulantes e funcionários que trabalham no aeroporto e gestão de estoque “just-in-time” ajudam a manter eficiência e reduzir rupturas.
Fonte: Economidia


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