Fundada em 1994 pelos irmãos Chris e Robin Sorensen, ex-bombeiros da cidade de Jacksonville, na Flórida, a Firehouse Subs surgiu nos Estados Unidos (EUA) com a ideia de servir sanduíches quentes em porções generosas, em um ambiente temático que homenageia os profissionais de emergência.
A rede chegou ao Brasil em junho deste ano, abrindo sua primeira loja no Shopping Internacional de Guarulhos, na Grande São Paulo. “Planejamos abrir mais de 500 restaurantes no país nos próximos 10 anos”, revelou Iuri Miranda, CEO da Firehouse Subs Brasil, em entrevista exclusiva à Mercado&Consumo.
O executivo está entre os convidados do BConnected 2025, evento organizado pelo Grupo Bittencourt, marcado para os dias 7 e 8 de outubro, em São Paulo. Com o painel “Liderando gigantes: Estratégias para escalar marcas globais no foodservice brasileiro”, Miranda vai falar sobre a chegada da rede ao Brasil e os desafios de estar neste novo mercado, de um consumidor cada vez mais exigente.
Confira abaixo a entrevista completa com o executivo, falando sobre aprendizados, desafios e oportunidades da chegada da rede ao Brasil.
Mercado&Consumo – A Firehouse Subs chegou recentemente ao Brasil. O que motivou a decisão de trazer a marca para o país e como tem sido a recepção do público até agora?
Iuri Miranda – O mercado de alimentação fora do lar continua em crescimento no Brasil, apesar de todos os desafios econômicos. Enxergamos isso como uma tendência que existe há anos e não vemos uma diminuição. Pelo contrário. Fatores como mobilidade urbana, urbanização, conveniência e tecnologia continuam impulsionando pessoas a comerem fora de casa.
Dentro deste cenário, enxergamos que a categoria “sanduíche e padarias” cresce acima de outras, além de ser carente de ofertas novas e globais como no caso de pizza, hambúrguer ou cafés. Na verdade, por pesquisa que conduzimos, vemos que essa categoria é a maior ocasião de consumo do brasileiro em foodservice.
Juntamos isso a uma marca globalmente reconhecida pela qualidade de seus produtos e sua forma de cocção diferenciada, e vemos uma fórmula vencedora para capturar este potencial. Não temos dúvidas, e já estamos vendo isso, que produtos como o “Brisket e Cheddar”, o “New York Pastrami” e o “Turkey Honey Ham” acertaram em cheio no gosto do consumidor brasileiro.
M&C – Quais são os principais desafios de adaptar uma marca norte-americana ao gosto e à cultura do consumidor brasileiro?
IM – O brasileiro tem uma exigência maior e um paladar com muitas peculiaridades. Quando trouxemos a Firehouse Subs para o Brasil, estudamos o mercado para mensurar o tamanho do nosso desafio e entendemos que era preciso equilibrar a essência da marca com a realidade local. Assim, desenvolvemos um cardápio pensado para entregar uma experiência gastronômica prazerosa, mas mantendo a herança da marca.
Nosso maior diferencial está nas carnes premium e no método de preparo dos sanduíches. Eu diria que nosso maior desafio é fazer o consumidor provar um produto que até o momento ele pode não ter conhecido, como por exemplo o Brisket ou o Pastrami. Mas temos a convicção, e os comentários pós-venda confirmam, que após provar o produto, ganhamos um cliente fiel.
M&C – Qual é a estratégia de expansão da marca no Brasil?
IM – Estamos em fase inicial de expansão, mas com planos robustos de crescimento. Hoje, já temos quatro unidades em operação na Grande São Paulo e vamos abrir outras quatro ainda este ano. Estudamos novas aberturas em outras capitais e regiões metropolitanas nos próximos anos com o intuito claro de consolidar a marca pelo País. Enxergamos um potencial em todas as regiões geográficas. É um produto de alta qualidade e sabor e, ao mesmo tempo, bem eclético.

M&C – Como a Firehouse Subs está se posicionando em um mercado altamente competitivo como o de fastfood no Brasil?
IM – O nosso diferencial é a entrega de sabor com subs quentes e suculentos a um valor competitivo. Apostamos na qualidade e na experiência gastronômica como um valor único, que vai além da simples conveniência. O uso de ingredientes de alta qualidade, como recheios generosos e pães aquecidos, nos posiciona como player relevante no mercado.
Além disso, a confiança dos nossos parceiros comerciais que acreditaram no nosso projeto nos ajudou a nacionalizar todo nosso menu. Isso nos permite ser competitivos e não estar sujeitos a variações cambiais no custo da mercadoria vendida.
M&C – Com o crescimento do delivery e da alimentação por aplicativos, como a marca está se adaptando às novas formas de consumo?
IM – Sabemos da importância de a operação incluir opções de delivery, atendendo à crescente demanda por conveniência e praticidade no setor de alimentação. Por isso, além de uma experiência de consumo saborosa em nossas unidades, estendemos nosso modelo de atendimento para o delivery também, para levar nosso sabor com praticidade e comodidade.
A omnicanalidade é uma realidade absoluta hoje. Você precisa entregar seu produto no canal que o consumidor preferir. E esse canal pode mudar. O mais importante é que a experiência e a qualidade sejam as mesmas, não importa o canal. Talvez esse seja o maior desafio e, por isso, trabalhamos tanto com a tecnologia para garantir isso em nossa operação.
M&C – Como vocês têm lidado com o avanço tecnológico atual?
IM – Nossas operações são automatizadas e nossas lojas oferecem jornadas 100% digitais aos clientes, proporcionando agilidade, eficiência e minimizando a possibilidade de falhas nos pedidos. Além disso, nossa integração do pedido para cozinha e na entrega permite uma eficiência operacional e acuracidade. Em outras palavras: tecnologia precisa se traduzir em eficiência e boa experiência.
M&C – Você tem uma trajetória consolidada na liderança de grandes empresas. Quais aprendizados mais valiosos trouxe para essa nova fase com o Firehouse Subs?
IM – Eu tive aprendizados cruciais por onde atuei e trago para a nova fase com a Firehouse Subs um pouco do conhecimento dos desafios dessa indústria. Sei da importância de uma operação sólida desde o início, que garanta velocidade de crescimento sem perder eficiência, e da necessidade de adaptação da marca à realidade e gosto local. Minha experiência liderando grandes operações de foodservice me mostrou que crescimento só é sustentável quando existe um grande time e uma base operacional muito bem estruturada.
E outro ponto essencial, como já disse, é entender seu cliente e adaptar sem perder o DNA que tornou a marca um sucesso global. No varejo cada detalhe importa — do sabor ao jeito de se comunicar com o cliente. Aprendi que ouvir o consumidor e ajustar rapidamente a estratégia é o que gera conexão e relevância. Agora, no Firehouse Subs, com um time excepcional, buscamos tudo isso para construir uma marca que combina qualidade de produto, eficiência na operação e proximidade com o público brasileiro.
M&C – Sustentabilidade e responsabilidade social estão no radar da empresa por aqui?
IM – Globalmente temos um compromisso com a segurança pública por meio da Firehouse Subs Public Safety Foundation, que apoia bombeiros e equipes de resgate. Aqui no Brasil, nos unimos ao Movimento União BR e a Defesa Civil, e juntos lideramos a campanha “Centavos que podem salvar vidas”.
A iniciativa conjunta evidencia ainda como a colaboração entre poder público, sociedade civil e iniciativa privada pode gerar impacto transformador, ampliando a capacidade de resposta diante de eventos climáticos extremos e outras emergências.
M&C – Qual é a sua visão de longo prazo para o Firehouse Subs no Brasil?
IM – Planejamos abrir mais de 500 restaurantes no País nos próximos 10 anos, criando milhares de empregos e elevando a experiência de sabor com sanduíches que o mercado brasileiro ainda não conhecia.
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