As bebidas prontas para beber, conhecidas como RTDs (ready-to-drink), estão consolidando sua presença no varejo brasileiro, tanto no segmento alcoólico quanto nas opções não alcoólicas e funcionais. O crescimento é impulsionado por mudanças no comportamento de consumo, busca por praticidade e avanço na oferta de produtos inovadores.
Coquetéis prontos, bebidas mistas com destilados, chás gelados, cafés prontos, energéticos e shakes proteicos dividem espaço nas gôndolas, refletindo a diversidade da categoria. A tendência é acompanhada por marcas consolidadas e novas entrantes que buscam atender a diferentes perfis de consumidores.
RTDs alcoólicos crescem no Brasil e no mundo
Segundo a InsightAce Analytic, o mercado global de bebidas alcoólicas RTD movimentou US$ 40,1 bilhões em 2024 e deve atingir US$ 117,9 bilhões até 2034, com crescimento médio anual de 11,5%. No Brasil, dados da Scanntech indicam um aumento de 6,5% no volume de vendas e 2% no preço/kg de bebidas alcoólicas prontas no primeiro semestre de 2024, em comparação com o mesmo período de 2023.
Entre os destaques nacionais, a Cia. Muller ampliou sua linha 51 Ice com os sabores Ice Tea Pêssego e Ice Melancia, apostando na leveza e no apelo jovem. A marca também oferece versões como Fruit Mix, Kiwi, Maracujá e uma opção sem álcool: 51 Ice Zero Três Limões.
Já o Grupo Heineken vem investindo na linha Amstel Vibes, com foco na experimentação e na construção da categoria de drinques prontos. Segundo Cristina Martins Nascimento, gerente de marketing de Beyond Beer, o sabor segue como principal critério de escolha do consumidor, motivando a entrada da marca em eventos como o The Town para ampliar a visibilidade.
A categoria de licores prontos também apresentou crescimento expressivo. A Scanntech apurou alta de 13,5% em volume e 4% no preço/kg no primeiro semestre de 2025, em comparação com o mesmo período do ano anterior.
RTDs não alcoólicos: proteínas e funcionalidade em alta
Entre as opções não alcoólicas, as bebidas funcionais ganham protagonismo, especialmente aquelas com apelo proteico. De acordo com a Scanntech, as bebidas com proteína cresceram 40,5% em volume no primeiro semestre de 2024 em relação a 2023, mesmo com queda de 8,1% no preço/kg. No ano seguinte, o volume recuou 12,8%, mas a categoria segue relevante no contexto de saudabilidade e conveniência.
Marcas como Nescafé e Verde Campo têm apostado no segmento. O Nescafé Pro-Energy combina proteína, cafeína e TCM (Triglicerídeos de Cadeia Média) para atender consumidores em busca de energia física e mental. Já a Verde Campo lançou o shake Natural Whey, com 100% de proteína whey e formulação que dispensa refrigeração.
A Piracanjuba também entrou no segmento com uma série de lançamentos apresentados na APAS SHOW 2025. Em parceria com a Milky Moo, criou bebidas como Piracanjuba + Milky Moo (nos sabores Mimosa e Pandora) e versões voltadas ao público infantil, como Pirakids Chicletin. A empresa também apresentou o Piracanjuba Zquad, com sabores como Berry Beat, Choco Loud e Vita Hit, além do Emana Caramel Coffee.
Latas ganham destaque na embalagem
Para o presidente executivo da Abralatas, Cátilo Cândido, o formato em lata tem sido um diferencial relevante nos RTDs. “A escolha por latas de alumínio agrega valor à experiência de consumo, além de oferecer vantagens logísticas, facilidade de reciclagem e proteção contra luz e oxigênio”, afirma.
Segundo ele, o avanço da categoria reflete não só o comportamento do consumidor urbano — em busca de praticidade, inovação e novas experiências sensoriais — mas também a capacidade da indústria de desenvolver sabores, ingredientes e formatos que conectam funcionalidade e prazer.
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