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Ozempic impulsiona nova geração de refeições menores

O avanço dos medicamentos à base de GLP-1, como o Ozempic, começa a remodelar o setor de alimentos e bebidas. Com a expectativa de queda da patente em 2026 e a chegada de versões genéricas mais acessíveis, a tendência é de aumento no número de usuários e, com isso, mudanças significativas nos hábitos alimentares de parte da população.

Esses medicamentos, voltados inicialmente para o tratamento do diabetes tipo 2, ganharam popularidade pelo efeito colateral de redução de apetite e perda de peso. O resultado é uma nova demanda por refeições menores, leves e com maior densidade nutricional — capazes de suprir as necessidades de quem passa a consumir menos, mas com mais critério.

Em vez de enxergar essa mudança como ameaça à frequência de consumo, a indústria alimentícia passou a identificar uma oportunidade de inovação. Diversas marcas vêm reformulando produtos e criando novas linhas voltadas a esse público, com foco em porções controladas, saciedade, controle glicêmico e valor nutricional.

Como a indústria está reagindo

Marcas consolidadas já adaptam seus portfólios a esse novo perfil de consumidor. Ingredientes como proteínas de fácil digestão, fibras e vitaminas ganham espaço nas formulações. Porções menores e funcionais tornam-se prioridade tanto em alimentos prontos quanto no setor de suplementos — com destaque para pós, gomas e shots líquidos lançados em feiras internacionais como a Expo West.

Nos Estados Unidos, a Danone observou aumento nas vendas de seus iogurtes com alto teor de proteína e baixa caloria. Embora não haja campanhas específicas voltadas a usuários de GLP-1, a empresa já reconhece a conexão com o uso crescente desses medicamentos.

Mais direta, a Nestlé lançou em maio de 2024 a linha Vital Pursuit, com 12 refeições congeladas desenvolvidas especialmente para consumidores que utilizam medicamentos como o Ozempic. Os produtos incluem pizzas, sanduíches e pratos prontos com porções reduzidas, ricas em proteínas e fibras — como uma pizza de frango e mussarela com 33g de proteína, 17g de fibras e apenas 8g de carboidratos.

Um novo perfil de consumo em expansão

Segundo o Mid-Year Report 2024 do The New Consumer, 53% dos millennials nos Estados Unidos utilizam medicamentos GLP-1. Além disso, 39% demonstram interesse elevado em alimentos personalizados, enquanto 52% afirmam que o paladar se tornou mais relevante após o início do tratamento.

Outro dado relevante é o apetite por novidades: 27% dos usuários de GLP-1 dizem experimentar um novo produto ou marca a cada ida ao supermercado — contra apenas 3% da média geral dos consumidores. Para a indústria, isso representa uma janela para inovação e reformulação estratégica.

Oportunidade para inovação no Brasil

A queda da patente do Ozempic deve tornar o medicamento mais acessível também no Brasil, potencializando esse efeito no mercado nacional. Embora iniciativas como a da Nestlé ainda não estejam disponíveis por aqui, a tendência é que novos produtos adaptados a essa realidade comecem a surgir, impulsionando uma nova fase de desenvolvimento no setor alimentício.

Mais do que uma resposta ao uso de medicamentos, esse movimento indica um reposicionamento em direção à saúde metabólica, praticidade e equilíbrio nutricional — valores que devem guiar o futuro dos alimentos funcionais e personalizados.

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