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Rotulagem de alimentos e o compromisso ambiental

A rotulagem de alimentos é uma das ferramentas mais importantes de comunicação entre empresas e clientes. É por meio do rótulo que o consumidor acessa informações essenciais para tomar decisões conscientes de compra, como ingredientes, validade, alergênicos e dados nutricionais. Ao mesmo tempo, o rótulo é um instrumento estratégico para o posicionamento da marca, pois transmite seus valores, diferenciais e compromissos.

A ANVISA estabelece quais as informações devem constar nos rótulos dos alimentos e, segundo a RDC nº 727/2022, rotulagem é “toda inscrição, legenda, imagem ou matéria descritiva ou gráfica, escrita, impressa, estampada, gravada, gravada em relevo, litografada ou colada sobre a embalagem do alimento”. Isso significa que todo elemento presente na embalagem compõe a rotulagem e, portanto, está sujeito às exigências legais.

A rotulagem pode ser classificada em três grupos principais: obrigatória (geral e nutricional), condicionais e voluntária. Enquanto os dois primeiros grupos envolvem regras claramente estabelecidas na legislação, a rotulagem facultativa abre espaço para que as empresas comuniquem atributos adicionais de marketing do seu produto. No entanto, mesmo que não sejam obrigatórias, essas informações devem ser verdadeiras, verificáveis e não podem induzir o consumidor ao erro. A clareza e a responsabilidade sobre o que se comunica são aspectos centrais da regulação sanitária e da legislação de defesa do consumidor.

O impacto da rotulagem ambiental

Dentro do universo da rotulagem voluntária, cresce a presença da chamada rotulagem ambiental, que busca informar sobre práticas sustentáveis adotadas pela empresa ou sobre o menor impacto ambiental do produto. Essa abordagem está em sintonia com o novo perfil de consumidor, mais atento às questões ambientais e sociais, e pode fortalecer o valor percebido da marca. Embora a ANVISA não tenha definições específicas sobre esse tipo de rotulagem, toda informação presente no rótulo está sujeita à verificação e fiscalização pela Agência, especialmente quanto ao risco de indução ao erro ou de atribuição de características que o produto não possui.

Sendo assim, a rotulagem ambiental pode ser uma ferramenta importante para comunicar ao consumidor as ações que a empresa já realiza para atender às exigências da legislação ambiental brasileira, como a logística reversa de embalagens. Assim, os rótulos também se tornam ferramentas para comunicar como a empresa está cumprindo sua responsabilidade pós-consumo.

Um exemplo prático é o selo eureciclo, cada vez mais presente em embalagens de alimentos, bebidas e outros bens de consumo. Em linhas gerais, a iniciativa atua conectando organizações a cooperativas de reciclagem e operadores ambientais por meio de créditos de reciclagem. Ao adquirir esses créditos, a empresa comprova a compensação ambiental proporcional ao volume de embalagens que colocou no mercado, recebe um certificado que atesta a destinação adequada dos resíduos e pode utilizar o selo em suas embalagens.

Outros programas também vêm se destacando, como o Glass is Good, por exemplo, que é uma iniciativa da ABRABE (Associação Brasileira de Bebidas), que também opera em um sistema de créditos de reciclagem, porém voltado especificamente para a logística reversa de embalagens de vidro. Embora não ofereça um selo próprio, nada impede que as marcas participantes comuniquem essa ação em seus rótulos e canais institucionais, demonstrando seu compromisso com a sustentabilidade.

O interessante dessas práticas é que elas substituem, com respaldo legal, a necessidade de uma estrutura própria de coleta e triagem de resíduos, viabilizando o cumprimento das metas de logística reversa.

Construindo valor com responsabilidade e transparência

Ao tratar sobre rotulagem de alimentos, é importante considerar não apenas os aspectos legais e informativos, mas também o papel estratégico no relacionamento com o consumidor. Nesse contexto, a inclusão de informações ligadas a sustentabilidade ganha relevância, reforça a transparência e agrega valor à reputação da empresa.

Além de beneficiar a imagem da marca, essas ações podem gerar impactos positivos em toda a cadeia: promovem a economia circular, incentivam boas práticas na indústria e contribuem para a redução do descarte inadequado de resíduos.

A indústria de alimentos, ao investir em práticas sustentáveis, não apenas atende a exigências legais ou tendências de mercado, mas também contribui ativamente para um futuro mais equilibrado, fortalecendo seu papel como agente de transformação na sociedade. Comunicar isso de forma clara, ética e estratégica, por meio dos rótulos, é uma escolha que pode diferenciar positivamente as empresas em um cenário cada vez mais competitivo e atento ao meio ambiente.

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