Nos bastidores dos restaurantes, a tradicional “comida da família” — aquela servida diariamente aos colaboradores — vem conquistando protagonismo fora da cozinha. Simples no preparo, mas carregada de significado e sabor, essa refeição cotidiana tem ganhado espaço no cardápio oficial de casas renomadas e se tornado um verdadeiro atrativo para os clientes.
Mais que refeição: um reflexo da cultura do restaurante
Para Fernando Blower, diretor executivo da ANR, essa prática vai além da nutrição e impacta diretamente a operação:
“Refeições do tipo carregam uma certa poesia. Empreendimentos desse segmento vendem comida, o que os levam, em tese, a servir comida bem feita para os funcionários”.
Oferecer uma boa refeição à equipe é, segundo Blower, um gesto de valorização que também fortalece os pilares do atendimento, da motivação e da identidade do negócio.
Casos que viraram sucesso de público
Em São Paulo, no restaurante Dalva e Dito, do chef Alex Atala, o macarrão com linguiça e feijão nasceu nos bastidores, como um prato de equipe, e acabou se tornando um dos mais pedidos da casa. A história ganhou força quando o ator Paulo Autran, ao experimentar a receita, sugeriu que ela entrasse no menu. Hoje, o prato celebra 15 anos de sucesso e é um símbolo da valorização da cozinha afetiva.
Já no Hospedaria, do chef Fellipe Zanuto, o Rango de Funça foi incorporado ao menu e serve pratos como feijoada, estrogonofe de frango e picadinho de carne por R$ 42.
Valorização da equipe como estratégia de negócio
A prática não é apenas sobre custo-benefício. Ela representa o cuidado do restaurante com quem sustenta o serviço no dia a dia. Mesmo quando há vale-alimentação, preparar uma refeição no próprio local pode ser um diferencial importante.
Blower destaca: ”É uma forma de estimular o capricho no preparo daquilo que é adquirido pela clientela”.
Uma tendência com potencial de encantamento
Pratos simples, muitas vezes regionais e afetivos, quando bem preparados e conectados à essência do negócio, têm potencial de emocionar e conquistar os clientes. Para os empreendedores do setor, essa é uma oportunidade de contar histórias, reforçar a cultura interna e criar conexões reais com o público.
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