O mês de agosto trouxe um sinal de alerta para o varejo alimentar no Brasil. Apesar do crescimento de 2,5% em faturamento, as vendas em unidades caíram 4,4% em relação a agosto de 2024. A retração foi puxada pela cesta de bebidas, que recuou 7,3% em unidades e 1,3% em faturamento, impactada pelas temperaturas mais baixas do mês em comparação ao mesmo período do ano passado, segundo o Radar Mensal da Scanntech,. As alcoólicas foram responsáveis por 22% dessa queda e as não alcoólicas por 10%.
O fator climático foi decisivo, já que categorias sensíveis ao calor responderam por 41% da retração. No acumulado do ano, a queda em unidades chegou a -1,3%, enquanto o faturamento segue positivo (+6,1%), sustentado pelo aumento de preços médios (+7,5%), acima do IPCA de 12 meses (5,2%), reforçando a percepção de perda de poder de compra.
O cenário também foi influenciado por fatores macroeconômicos. A taxação de exportações imposta por Donald Trump reduziu os embarques de carne e café para o mercado externo, ampliando a oferta interna e derrubando preços. O frango recuou -2,3% e o café -2,1% em relação a julho, enquanto a carne bovina, que vinha acumulando altas de mais de 20% no ano, registrou leve queda de -0,7%.

Na análise por canais, os supermercados mostraram maior resiliência (-2,8% em unidades, +4,4% em faturamento), enquanto os atacarejos sofreram mais, com retração de -7,2% em unidades e -0,9% em receita, reflexo da menor demanda de pequenos comerciantes. Regionalmente, Sudeste e Nordeste lideraram as quedas, com até -6,1% em unidades.
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