A percepção de que a Geração Z estaria abandonando o consumo de álcool não encontra respaldo nos números mais recentes. 77% dos jovens brasileiros entre 18 e 26 anos bebem ao menos duas vezes por mês. Dentro desse grupo, 41,4% chegam a consumir quatro vezes ou mais no período, conforme apontam dados do estudo “O comportamento de consumo de bebidas da geração Z em 2025”.
A pesquisa, feita com 500 entrevistados na faixa etária, mostra que para esses jovens a experiência importa tanto quanto — ou mais que — o teor alcoólico. A escolha do bar, o ambiente e a atmosfera do local são determinantes na decisão, reforçando que a sociabilidade está no centro do hábito.
O movimento segue uma tendência global já identificada pela IWSR (International Wine & Spirits Research), segundo a qual 73% da Gen Z de países como Estados Unidos, Reino Unido e Austrália consumiu álcool no último ano, um aumento em relação aos 66% registrados em 2023.

O consumo, no entanto, é marcado por propósito. No Brasil, 62,4% preferem beber fora de casa, em bares, festas, baladas e reuniões. No exterior, quase metade da geração também escolheu bares e restaurantes como cenário do último brinde, percentual superior ao observado em outras faixas etárias. Para Gustavo de Paiva, CMO do Janela Bar, o ambiente, o som, o visual e a vibe do lugar pesam tanto quanto o rótulo.
A variedade também é característica marcante. No Brasil, vodka, cerveja, drinks prontos e clássicos como Moscow Mule e Gin Tônica estão entre as opções mais consumidas. No levantamento internacional, a média ultrapassa cinco estilos diferentes de bebidas alcoólicas por pessoa.
A moderação aparece como elemento de equilíbrio. Apesar da expansão de produtos sem álcool, eles não substituem os tradicionais. No Brasil, 28,7% já consomem bebidas zero álcool, especialmente mulheres, mas o dado reflete a busca por equilíbrio, não abandono. O fator econômico também pesa: a frequência tende a aumentar conforme a autonomia financeira cresce, tanto no Brasil quanto em outros países analisados.
O estudo ainda detalha preferências e hábitos: 61,7% consomem drinks prontos, 57,1% vodka, 56,9% cerveja e 55,9% drinks preparados. As ocasiões mais comuns são festas (86%), barzinhos com amigos (75,5%) e baladas (68,2%). Apenas 9,2% preferem beber em casa. Entre os critérios para escolha do local, o ambiente é prioridade para 18,9%, seguido de companhia (16%) e preço (15,2%).
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